Eta Carinae, (na constelação da Quilha, ou "Carina", em latim), está a 7500 anos-luz da Terra. Uma estrela vísivel no Hemisfério Sul, mas não no Hemisfério Norte. De tamanho muito grande (segundo a estimativa mais alta seu raio pode medir 0,9 unidades astronômicas), seu aspecto mais marcante é a variação de seu brilho em várias ordens de magnitude.
Quando foi pela primeira vez catalogada em 1677 por Edmond Halley, era uma estrela de magnitude 4, mas em 1843, após uma erupção que ejetou uma nuvem de poeira 500 vezes maior que o sistema solar[6], ficou mais brilhante, atingindo o brilho de Sirius, apesar de sua enorme distância. Depois disso (entre 1900 e 1940), a magnitude era apenas de 8. Em 2002, tinha magnitude 5, tendo de repentinamente ter dobrado o seu brilho entre 1998 e 1999.
Tudo indica tratar-se de uma sistema binário de estrelas muito próximas uma da outra. A estrela de menor diâmetro é a mais quente (30 000 °C) e a outra com o triplo do diâmetro é mais fria (15 000 °C), mas duas vezes mais brilhante. Este sistema estelar está envolto numa densa nuvem de gases e poeiras, que forma uma nebulosa 400 vezes mais extensa do que o Sistema Solar,
conhecida como a Nebulosa de Eta Carinae (ou NGC3372). A perda de
luminosidade deve-se, possivelmente, a uma consequência da aproximação
máxima entre as duas estrelas, o periastro, altura em que a estrela menor encobre quase metade da maior. A diminuição de brilho é equivalente a 20 vezes o do Sol, mas brilhando como 4 a 5 milhões de sóis. O período de rotação das estrelas (uma em relação à outra) é de 5,5 anos.
O que torna Eta Carinae especial é o seu brilho muito instável e de
forma extremamente rápida, devido à poeira e o encobrimento da estrela
maior pela menor, ao contrário das outras estrelas visíveis a partir da
Terra. Em 1830, brilhava tanto como Sirius
(a estrela mais brilhante). Actualmente, só é visível em locais muito
escuros, sendo o seu brilho muito baixo; há 40 anos atrás até era
necessário um telescópio para a poder observar.
O astrónomo brasileiro Augusto Damineli, professor do IAG-USP,
é um dos que afirmam que a estrela é uma variável pois a cada cinco
anos e meio, segundo ele, acontece uma redução no seu brilho, já outros
astrônomos não aceitavam essa teoria, no entanto em 1997, ocorreu uma nova redução do brilho, o fenômeno foi confirmado. Em 2003
, graças aos registros de mais de 50 especialistas apoiados nas
observações através de telescópios terrestres e em órbita , finalmente
confirmou-se tratar-se mesmo de mais uma estrela variável
do tipo SDOR - Estrelas de alta luminosidade binária, com variações
entre 1 a 7 magnitudes, associadas e envoltas em material em expansão
próprio das nebulosas.
Estrelas muito grandes como Eta Carinae esgotam seu combustível
muito rapidamente devido à sua desproporcionalmente alta luminosidade.
Espera-se que Eta Carinae possa explodir como uma supernova ou hipernova dentro de algum tempo nos próximos milhões de anos.
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